11 de set. de 2016

LIMÃO LOW BPM VIRTUAL DJ SET


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O Bira.

Alguns anos atrás eu tive um grande colega de trabalho, o Ubirajara. Resumidamente, o Bira.
O Bira além de um ótimo trabalhador era muito engraçado, e quase sempre involuntariamente.

Uma vez nós conversamos sobre o problema da existência de banheiros públicos coletivos masculinos e os tipos invariavelmente assustadores que pareciam viver por lá. O filho da puta que entra assoviando fingindo estar relaxando e provando estar mais tenso que qualquer outro, o infeliz que puxa assunto quando você está mijando, o mais infeliz ainda que antes de mijar te dá um tapa nas costas enquanto você ainda está mijando, o que entra em silêncio e te dá um sorrisinho, enfim, a lista de erros num banheiro coletivo masculino é imensa.



"Você vem sempre por aqui?"

Mas nada ganha da aflição de ter de fazer cocô fora de casa e o medo de que alguém te reconheça pelo seu calçado pelo vão inferior da porta.

Segundo consta este vão foi criado para situações onde a pessoa passa mal e desmaia ou coisa parecida e assim ela pode ser socorrida mais facilmente e claro, também ajuda muito qualquer vigia descobrir contando os pés de quantas pessoas estão dentro do espaço onde deveria ter uma só mas na minha humilde opinião o vão inferior dos cagódromos públicos possuem uma função bem clara: um sistema de assédio e vigilância horizontal constante, uma sociedade distópica onde todos vigiam todos e o seu chefe fica tranquilo sem precisar gastar com reuniões e sermões e advertências .

Nada controla mais uma pessoa que um colega descobrir ela cagando em banheiro público.

Já ouvi caso de gente levando a mochila para esconder os pés e cagar em paz.

E acabar sendo reconhecido pela mochila mesmo.

Tem também aquele que cagava no trabalho com tanta frequência a ponto de sempre sair com o celular teatralmente e dizendo precisar fazer uma ligação mais demorada mas um dia, em pleno ato, o celular realmente tocou e um colega (estava só mijando pelo jeito) reconheceu o toque.  

Desmascarado, passou a não mais fazer ligações.

O Bira mesmo disse uma vez, com sua genialidade involuntária de sempre:

- Prefiro morrer num acidente de avião a ser pego cagando no trabalho, morrer voando você ainda tem chance de ser lembrado com carinho.



"Era um cagão, mas muito gente boa."


Pois num belo dia eu entrei no banheiro (apensas pars mijar, juro) e adivinha? Olhei para o vão de uma das portas e la estava ele: o par de sapatênis bicolor do Bira. Fiz "toc toc toc" na porta e disse sem dó "faaala Bira, beleza?"


"Bira, você por aqui?"

Longos 3 ou 4 segundos depois ele respondeu com a voz fina mais grossa da história, quase um ventríloquo: "Íae, beleza?". Literalmente falando pelo cu.

Ele nunca mais foi o mesmo comigo depois disso, pareceu ter travado este momento da nossa intimidade e nunca mais me disse um simples "bom dia" ou "boa tarde", todo oi agora era sempre "Íae, beleza?", sem olhar diretamente nos olhos e com sorriso sempre culpado, mas continuou sendo sempre o Bira, grande Bira.



"Íae, beleza?"

Mas isto é passado, agora o Bira é meu vizinho. E não sabe disso.
Moro num prédio de três andares rodeado por casas numa rua bem inclinada e a casa do Bira é alinhada com as janelas do meu apartamento, uns 20 ou 30 metros distante.

Pelas diferenças de horário o Bira nunca me viu ali pela rua, mas eu sempre vejo ele lavando o carro, regando o jardim, sentado na varanda, chegando do trabalho, pendurando toalha na janela.

E sempre que o meu humor permite os astros se alinham e eu vejo ele, seja as seis da manhã, meio-dia ou seis da tarde, dia útil, domingo ou feriado, se eu estiver tomando banho, cozinhando ou arrumando o quarto eu não perco a chance: me escondo de forma que ele não me veja mas ainda possa ver a reação dele e grito "BIRÁÁÁÁÁÁÁ!" com ênfase no "A" ou "Ô BÍÍÍÍÍRA!" com ênfase no "I".

Ele olha para a frente ou para os lados desconfiado e com o olhar desfocado e na dúvida sempre sorri para o nada. Um sorriso como quem diz "Eu faço cocô em banheiros públicos, o tempo todo."
Uma vez ele olhou pra cima, juro, provando de alguma forma já acreditar numa voz superior chamando ele para uma missão.



"BIIIIRÁÁÁ"


E se você acha este ser o limite, saiba que já faço isso há quatro anos sem cerimônia nenhuma.
Não deve ser fácil ser o Bira, nem sempre faz cocô em casa.
E quando está em casa, ouve vozes.
 


"Eu faço cocô e ouço vozes, o tempo todo."


Vamos ao set, é Limão, pra acompanhar o Chá
Trip hop e Dubstep ácidos com raspas de Hip Hop.
Galego, cravo, tahiti e sicilianos musicais.
No chá, na salada, na tequila e na coca-cola.
E uma supresinha doce/salgada/amarga/azeda no final.
Como a Vida.
Quem conhece ama.

Bora fazer/ouvir um chá, depois um limão pra acompanhar.
Clica lá em cima ou aqui embaixo.
 
Beijos e abraços.



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A/T/O/S
Chet Faker
Commodo
Cravo
Distance
Galego
Gantz
Guts
Kahn
LX One
Massive Attack
Mike G
Rae Sremmurd
Siciliano
SP:MC
Tahiti
The Clash
Vida Killz


24 comentários:

  1. HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAAHAHHAAHAHAHAHAHA

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  2. HAHAHAHAHAHAHAHA <3 <3 <3

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  3. Conta aquela história do tiozinho com cheiro de maçã que explodiu no hospital.

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    1. HAHAHAHAHAAA Se eu pudesse postaria até o vídeo. #vietnan

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  4. Sucesso pra você e para a toda sua família!!

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  5. Eu vou te processar. Ass: Bira.

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  6. "Prefiro morrer num acidente de avião a ser pego cagando no trabalho, morrer voando você ainda tem chance de ser lembrado com carinho." - E morreu.

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  7. Quanto custa, e onde você compra, par de meias brancas?

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  8. Você posta sobre peidos e escreve textos sobre cocô. Repense a sua vida.

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  9. para né, para ow, para.

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